sábado, 25 de outubro de 2008

Some phases must happen...

Rebusco uma referência antiga (Plomp, Ten Brummelhuis & Rapmund, 1996) mas que parece vislumbrar algumas características de intemporalidade (pelo menos até aos dias de hoje ).
A referência em causa é do Comité Conselhio do Ministério da Educação holandês e surge para salientar algumas fases, não identificadas mas sim referidas pelos autores, relativamente à utilização educativa das tecnologias por parte dos professores.

1) Os autores em causa referem que numa fase inicial os professores usam as tecnologias para dar estrutura ou suporte aos seus tradicionais, o melhor dizendo, aos seus "já instituídos" métodos de ensino.
2) Numa fase seguinte, os professores vão ganhando confiança e passam para uma fase de inovação, onde as tecnologias começam já a ser exploradas sob uma perspectiva mais inovativas. 3)Numa terceira fase, onde a competência própria e a confiança já se encontram solidamente instituídas, os professores entram então numa fase inventiva, onde se podem já encontrar práticas de experimentação e de investimento transformativo.

E o que existe de importante subjacente a esta ideia, além da própria ideia em si?

Que existe um caminho a ser precorrido e que pode não ser boa estratégia pular etapas.
Certamente será importante agilizar o processo e promover a desestabilização necessária para que passos, reflexões e acções importantes e cada vez mais inadiáveis sejam dados, mas considerar que o fundamental será promover uma visão transformativa, sem dar espaço para que momentos prévios aconteçam, pode ser uma exigência uma além do imediatamente possivel.
Na verdade, lendo o trabalho dos referidos autores fica-se com a sensação de que escapou a Plomp e colaboradores a identificação de uma fase prévia essencial.
Poder-se-ia chamar-lhe: fase "pré-utilização" ou "analógica"e diria respeito aquele período de tempo que media o "dar o 1º passo" em tecnologias (criar um email, abrir uma conta numa plataforma, construir um blog, inserir 1 imagem, activar em feed...) e o "aprender a andar" fluentemente neste meio tecnológico, já com um dado ritmo, com um certo equilíbrio, com alguma regularidade e confiança.
Continuando com a metáfora, associar-se-ia aquele momento em que as crianças começam a dar passos uns atrás dos outros mas que ainda não se pode efectivamente dizer que conseguem andar. Isto porque caiem muitas vezes, ainda precisam que lhe segurem as mãos, deslocam-se ainda demasiado agarradas a todo o mobiliário. Mas sabemos que acabaram por aprender... porque tem que ser, porque isso é para elas fundamental para aceder ao que querem, para poderem mexer como qualquer outra pessoa nas coisas que lhes apetece,
porque faz parte... tal como as tecnologias na nossa sociedade, nas nossas escolas, nos nossos serviços, no nosso dia-a-dia.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Pensar a educação em 2018...

É certamente pensá-la igual hà de hoje ainda que um tanto diferente.
Diferente, porque o tempo e o espaço em seu torno foram mudando.
Diferente porque deles não poderá (continuar a) alhear-se.
Diferente porque todos seremos exactamente os mesmos diferentes que somos hoje.

Porquê pensar a educação em 2018?
É uma importação, do mercado empresarial, dos países mais ricos.
("Please, present a 10-years plan for our company? If you could have the administrator job, what would you do in 10-years?")

Porque precisamos de definir um caminho e para o mesmo delinear um plano estratégico de actuação. Só sabemos para onde pretendemos ir, conseguimos saber se lá estamos a chegar, bem como o que nos levou favoravelmente em tal sentido.

Porque precisamos ser criativos e inovadores. Chega de actuar sempre por retroversão, minimizando danos e recuperando perdas. Chega de viver na sensação de trabalhar sempre contra-relógio.

Porque se as nossas crianças merecem. Porque o que lhe estamos a deixar de herança é, muito próximo a um conjunto de propriedade hipotecas, envoltas em dívidas (ao FISCO, claro, porque esse em 2018 andará certamente por cá).

Porque se salta assim de pensar o pelouro da educação, em compassos marcados por legislaturas, visto não se saber que partido governará então (ou sequer que sistema político estará vigente).

Porque o mundo é cada vez mais www. qualquer coisa e, caros professores, as minhas desculpas mas não dá mais para fugir.