quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

There is a problem in todays' education: so what's its aim core"?

Einstein descreveu sem querer o problema central da educação dos nossos tempo ao descrever a Insanidade: “Insanity is doing the same thing over and over again and expecting different results.”
Efectivamente, sou em estado de insanidade poderiamos esperar que tudo mudasse.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Is technology changing our brains?

Se já pouco restava para combater a ideia que apesar de todas as evoluções tecnológicas registadas, muito pouco de facto mudou.
Um estudo recente desenvolvido por Gary Small, un neurocientista da Universidade da Califórnia (UCLA), estruturado num sólido corpo de investigações, vem defender que as estruturas neurológicas do cérebro humano têm vindo a mudar em sequência dos novos hábitos de "web surfing".
De acordo com o novo livro, "iBRAIN: Surviving the technological alteration of modern mind", uma mudança dramática na forma como reunir informações e se comunicar decorrente da rápida evolução da www que pode mudar o cérebro humano."
O conceito de plasticidade, que se encontra subjacente à razão pela qual, um músico profissional apresenta maior volume de massa encefália na área do cérebro associada à coordenação do movimento dos dedos das mãos, justifica igualmente tais indicações. A verdade é que quanto mais um sujeito de dedica a uma tarefa especícia, mais fortes e numerosas se tornam as ligações neuronais responsáveis pela execução de tal tarefa. Desta forma, faz sentido que os sujeitos que constantemente pesquisam informação em espaços digital revelem maiores desenvolvimentos neuronais na área cerebral dedicada à selecção de informação e tomada de decisão.

Smal e colaboradores, que têm desenvolvido trabalho com jovens adultos, atestam que em gerações futuras tais diferenças neurológicas serão mais evidentes, na medida em que as crianças e jovens de hoje sempre estiveram expostos às novas tecnologias.
Estas diferenças entre adultos e crianças são referidas pelo investigador como "brain gap" (como se poucas gaps já não existissem).
As crianças (digital natives, como Prensky as designa)— aquelas que nunca conheceram um mundo sem email e sms- utilizam melhor as suas competências cognitivas na tomada de decisões rápidas face a um número elevado de opções, decorrentes de estímulos sensoriais provenientes de diversas fontes. Por sua vez os imigrantes digitais— aqueles que testemunharam o avanço das tecnologias modernas muito depois das suas estruturas cerebais se encontrarem desenvolvidas- revelam melhores capacidades na leitura e interpretação de expressões faciais.
"The typical immigrant's brain was trained in completely different ways of socializing and learning, taking things step-by-step and addressing one task at a time," he says. "Immigrants learn more methodically and tend to execute tasks more precisely."
Contudo, o investigador não defende que a selecção natural irá favorecer um determinado conjunto de competências, nomeadamente, digitais, em detrimento de outras, de âmbito social ou interpessoal. Isso ainda estará para se ver.

Na verdade, nada indica que as competências anteriormente referidas são mutuamente exclusivas. Por exemplo, investigações desenvolvidas, em 2005, por Kaiser vieram demonstrar que as crianças que dedicavam mais tempo a explorar tecnologias, eram igualmente aquelas que desenvolviam também mais interacções sociais face-a-face com amigos e familiares.
(Não negando os resultados do estudo levanta-se, no entanto, a possibilidade de existirá por detrás uma variável mediadora a exercer o seu efeito?oOu seja, não estará aqui o factor socio-económico a deter algum poder explicativo de tais resultados?).

Seja como for... existe já demasiadas vozes levantadas a indicar que adultos e crianças de hoje, de um ponto de vista neuronal ou não, encontram-se demasido afastados, utilizando mecanismos de actuação, processos de funcionamento e linguagens distintas. Assim sendo, não vale a pena alimentar mais justificações para tais "gaps".

O artigo esse sim é digno de aprofundar.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Mudam-se os tempos, mudanças as prioridades

Porque o momento natalício assim obriga, é época de partilha e reflexão!

Com todo este movimento social em volta da atribuição de equipamentos tecnológicos a escolas, alunos e professores quase nos deixamos acreditar que é mesmo um país progressista, com sentido de desenvolvimento e inovação que efectivamente temos.
Quase nos esquecemos da crua realidade que caracteriza ainda zonas insolares (ou nem tanto) do país. Claro que sabemos que ainda existem escolas sem aquecimento, que em certas regiões se espera ainda por saneamento básico, que o acesso ao sistema de saúde é mediado por centenas de quilómetros em vários locais, que a reforma de invalidez/aposentação assume ainda valores
$*f#*([*+& ...
Quase nos esqueciamos da nossa realidadezinha, não fosse a querida comunicação social fazer o favor de utilizar o horário nobre para a lembrar.
Esta é certamente a crítica que se pode fazer a programas governamentais e a Planos Tecnológicos e que mais eco social encontra. A verdade é que ainda muita coisa se encontra por fazer e se está a investir em campos que do ponto de vista de quem nada tem, mais não são do que superficialidades, luxos, ostentação.
É impossível combater tal visão, a verdade encontra-se-lhe subjacente.
Mas...
Como poderemos pensar num futuro distinto, marcado por melhor nível de vida, maior poder de compra, melhor posição de competição nos mercados mundiais, se permanecemos a criar estruturar, a reparar e a instituitir o que à três décadas já deveria estar implementado?
Com esta ordem de ideias não se nega a necessidade de implementar o que verdadeiramente faz falta (em primeiro lugar, porque e inegável que faz falta e, em segundo, porque já mesmo deveria estar instituído) mas sublinha-se a necessidade de reservar parte substâncial da capacidade de investimento existente para perspectivar futuros alternativos, futuros de maior sucesso e competência.

Na lei natural de um sistema economissista, regido por leis (mais ou menos simples e daquelas com as quais não se jogou ainda) de oferta e procura têm sempre que existir (países) ricos e (países) pobres e a ideia de nos vir a calhar a nós a fava é tão assustadora quanto possível que apresenta. Assim sendo, só nos resta correr em busca do brinde.

Bom Natal e muito bolo-rei para todos

domingo, 14 de dezembro de 2008

"What kind you society do we have in mind?"

"The conception of education as a social process and function has no definite meaning until we define the kind of society we have in mind."

John Dewey, 1915, Democracy and Education.

Primado da atractividade

O que se propõe é um princípio orientador do design e utilização educativa de ferramentas e espaços web. Na verdade, considero que tal princípio deveria funcionar como máxima orientadora de tudo o que se insititui como processo educativo, num sentido mais amplo...
Apresento então o Primado da atractividade: princípio orientador da evolução das espécies.
Especificando: falo da razão pela qual no reino animal, as crias mais saudável, ou seja, com características fenotípicas mais atractivas para a espécie em causa, revelam maior probabilidade de sobrevivência e de sucesso reprodutivo; ou ainda, a razão subjacente às cores vivas (e/ou atractivas) das flores ou das plantas venenosas… Chamam à atenção, atraiem e apresentam assim maior sucesso (naquilo que é o seu designío).
Transpondo para o contexto educativo on-line e presencial, e porque este espaço assim nos exige, parece-me que não temos considerado de forma tão significativa como deveriamos a importância que assume a atractividade na evolução e desenvolvimento da espécie humana. Procurar tornar o ensino atractivo deveria revelar-se um princípio central na actuação de quem com/nestes espaços ambiciona educar.
A susceptibilidade humana ao atractivo poderia igualmente ser utilizada, de um ponto de vista estratégico, como mais-valia à disposição no processo de ensino-aprendizagem.
Mas até que ponto nos preocupamos com o tornar o que ensinamos atractivo aos olhos de para quem o fazemos?
E mais além, até que ponto orientamos a nossa prática em torno desse princípio, aplicando na prática essa preocupação nas actividades de aprendizagem que lhes propomos?
Tal primado poderá ser utilizado igualmente para compreender a razão subjacente ao elevado, crescente e exponencial tempo que as crianças/jovens passam nestes novos ambientes digitais. Os mesmos revelam-se:
- visualmente atractivos: pelo dinamismo, pela apresentação, lay-out organização do espaço, pelo acolhimento (pela não frieza) do ambiente;
- atractivo ao uso: pela facilidade no acesso, pela simplicidade na movimentação e actuação, pela flexibilidade nas definições e permeabilidade à costumização pelo próprio;
- pedagogicamente atractivos: porque o funcionamento se apresenta intuitivamente organizado, porque são próxima do racional inerentes a todos os ambientes virtuais, promovendo assim, consequentemente sentido de competência, sentimentos de eficácia, revelando-se auto-valorativas para quem as usa;
- cognitivamente atractivos: pelas capacidade de desenvolvimento e de evolução que os próprios software propicionam, e igualmente pelas actividades intelectual e socialmente desafiantes que poderá possibilitar;
- socialmente atractivos: por estimular a interacção e a comunicação constantes, quebrando isolamentos e proporcionando sentimentos de ligação e connectividade, além-tempo e além-espaço;
- ética e culturalmente atractivos: por se orientar em respeito por valores éticos e culturais inalianáveis, como seja, a igualdade, o respeito ao próximo, sendo reduzido o espaço para práticas socialmente reprováveis ou atitudes segregistas assentes em distinções de ordem étnico-cultural; e porque a “cultura” que aqui se vive vai sendo gerada, poderá sempre ser próxima e integrante da cultura de origem dos que nela habitam.
(- deixo o economicamente atractivos de lado, não porque a veracidade lhe fuja mas porque o âmbito assim o sugere).

Nas escolas tem-se vivido num sentido contrário. Nos últimos anos, nestes mais recentes, denota-se nos discursos a tendência de considerar que o tornar as actividades e os espaços de aprendizagem interessantes, atractivas e divertidas (como o são video-games) retira ao ensino e à escola, a sua real importância, valor, sentido de rigor e credibilidade.

Assim sendo, enquanto os espaços web se movem (e com sucesso) no sentido de se revelarem mais próximos, mais atractivos e envolventes para o utilizador, não se vê da parte da escola o mesmo tipo de movimento (e garantidamente, longe do sucesso)...

Por vezes, os erros por excesso do passado podem conduzir a erros por defeito no futuro…

sábado, 13 de dezembro de 2008

"Professora, não se importa de sair do meu quarto?"

Denota-se a florescer a preocupação em perceber o melhor modo de integrar nos novos ambientes web onde, cada vez mais, os alunos vivem, no processo de ensino aprendizagem.

Pergunta-se:
"Como utilizar pedagogicamente os blogs dos alunos?"
"Não poderá a educação passar a ser desenvolvida em ambientes web, como seja, o Second Life?"
"Se todos os alunos passam a ter os seus espaços pessoais no
hi5 ou no Facebook, porque não passar a ensinar naqueles que são os seus espaços naturais de vivência?"

A intenção subjacente a tais preocupações é de louvar. Considero que se procura chegar ao aluno, exactamente onde ele está (provavelmente, porque se tomou consciência que se deixou de se conseguir chegar a ele).
Tal intenção será de considerar honrosa e por isso não será justo criticar. Mas fica a chamada de atenção: não se estará a iniciar um movimento que poderá ser demasiado intrusivo?
Esses espaços sociais e o que nestes acontece, assume semelhança com o que há anos atrás as gerações anteriores faziam nos cafés, nos jardins, na casa dos amigos e no próprio quarto. Esses espaços web que congregam páginas pessoais, permitem instituir redes de partilha, estabelecer contactos, relações, criar amizades e dar visibilidade a uma identifidade (que se vai estruturando). São espaços de vida dos alunos. Nestes os alunos fazem aquilo que qualquer ser humano faz na sua vida social. E ter espaço para uma vida social própria é imprescindível.

Assim sendo, se os devidos cuidados não forem acautelados, a escola poderá incorrer no risco de entrar demasiado nos espaços (web) sociais dos seus alunos. E "students don’t even want to have this blending of personal and school life."

Tais espaços, até então, eram só deles (e da comunidade com a qual eles não se importava de os partilhar) e relembro, funcionam como o café, o jardim, a casa dos amigos ou o seu quarto.
Com a sensatez necessária (e que existe, acredito), não justifica chegar ao erro de ter que ouvir: "Professora, poderia parar de andar a vasculhar as minhas coisas? E, já agora, não se importa de sair do meu quarto?"

Uma nova competência se exige

Pensando sobre o que se pretende promover hoje para o "sucesso reprodutivo" da nossa sociedade num futuro não tão "far away" como isso, surge a necessidade de introduzir um novo conceito...

(Nota: com tantos anos de história para trás de nós, com que legitimidade de poderá falar em novo? Como se garante esta categoria de "novidade"? ...)

O conceito de "comportamentos tecnologicamente adaptativos". É isto que as sociedade de amanhã, instituídas com os cidadãos que hoje se formam, ou seja, os alunos que hoje se formam, os professores que hoje se formam, a organização social e económica que hoje se forma, deverá ser capaz de revelar.

Ligam-se assim 4 conceitos-chave: FUTURO, ADAPTAÇÃO, TECNOLOGIA E SUCESSO
acreditando-se que a educação permanece a actuar como elemento de mediação entre os mesmos.

Na se refere a educação como até hoje se tem constituído. Fala-se antes numa nova perspectiva educativa onde não se ensina nem se aprende mas se co-constroi de forma criativa, inovadora e arrojada.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Onde pouco se faz e muito se critica

Sem se pretender entrar em visões negativistas e desfavorecedoras da nossa pequena realidade, esta seria certamente uma forma simples e concisa de definir o nosso Portugal:
onde pouco se fez e muito se criticou, um país onde pouco se faz e muito se critica...
Deixemos o tom saudosista nada adequado à idade e mantenhamos uma visão larga e ampla para o futuro.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Objects of reflection

Levanta-se a questão:
"Como poderão novas ferramentas de gestão da aprendizagem, comunicação e trabalho colaborativo revelarem-se potencializadoras de reais e efectivas transformações das práticas educacionativas dos professores?"
Esta questão, ainda que recorrente, ecoa agora como consequência à leitura da seguinte ideia proposta por Tobin (1993, cit. por Dougiamas):
"What emerges as having important implications for teacher education is the range of objects for reflection. [...] Reflecting in this manner enables teachers to modify their visions of what the curriculum would be like and compare what is happening in their classes to the vision of what they would like to happen" ( p. 225).

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Learning to Promote Imagination

A expressão parece como título de um projecto internacional e, certamente, deveria ser olhada como mais do que um título...
Permite (estimula, provoca ou obriga) a pensar "Learning for what?"/"Aprender/Ensinar para quê?".
Cada vez mais se revela essencial questionar os motivos do ensino-aprendizagem.
Que necessidades vêm suplantar?
Sem pretensões de acreditar na posse totalitária da verdade, ousa-se formular uma resposta:
" Aprender e ensinar para:
. a criatividade,
. a inovação,
. o progresso,
. a transformação,
. a (re)criação,
. o sucesso,
. a competência,
. o desenvolvimento articulado, sustentado e expansivo (Engestrom), tanto individual como colectivo.

domingo, 16 de novembro de 2008

What would you do if you knew you wouldn’t fail?

A pergunta chegou por um post no Twine.
É verdadeiramente fabulosa.
Pensemo-la no contexto da educação:
"Que alteração se introduzia de imediato no sistema educativo se soube-se-mos que, de certeza, não iria falhar?"

sábado, 25 de outubro de 2008

Some phases must happen...

Rebusco uma referência antiga (Plomp, Ten Brummelhuis & Rapmund, 1996) mas que parece vislumbrar algumas características de intemporalidade (pelo menos até aos dias de hoje ).
A referência em causa é do Comité Conselhio do Ministério da Educação holandês e surge para salientar algumas fases, não identificadas mas sim referidas pelos autores, relativamente à utilização educativa das tecnologias por parte dos professores.

1) Os autores em causa referem que numa fase inicial os professores usam as tecnologias para dar estrutura ou suporte aos seus tradicionais, o melhor dizendo, aos seus "já instituídos" métodos de ensino.
2) Numa fase seguinte, os professores vão ganhando confiança e passam para uma fase de inovação, onde as tecnologias começam já a ser exploradas sob uma perspectiva mais inovativas. 3)Numa terceira fase, onde a competência própria e a confiança já se encontram solidamente instituídas, os professores entram então numa fase inventiva, onde se podem já encontrar práticas de experimentação e de investimento transformativo.

E o que existe de importante subjacente a esta ideia, além da própria ideia em si?

Que existe um caminho a ser precorrido e que pode não ser boa estratégia pular etapas.
Certamente será importante agilizar o processo e promover a desestabilização necessária para que passos, reflexões e acções importantes e cada vez mais inadiáveis sejam dados, mas considerar que o fundamental será promover uma visão transformativa, sem dar espaço para que momentos prévios aconteçam, pode ser uma exigência uma além do imediatamente possivel.
Na verdade, lendo o trabalho dos referidos autores fica-se com a sensação de que escapou a Plomp e colaboradores a identificação de uma fase prévia essencial.
Poder-se-ia chamar-lhe: fase "pré-utilização" ou "analógica"e diria respeito aquele período de tempo que media o "dar o 1º passo" em tecnologias (criar um email, abrir uma conta numa plataforma, construir um blog, inserir 1 imagem, activar em feed...) e o "aprender a andar" fluentemente neste meio tecnológico, já com um dado ritmo, com um certo equilíbrio, com alguma regularidade e confiança.
Continuando com a metáfora, associar-se-ia aquele momento em que as crianças começam a dar passos uns atrás dos outros mas que ainda não se pode efectivamente dizer que conseguem andar. Isto porque caiem muitas vezes, ainda precisam que lhe segurem as mãos, deslocam-se ainda demasiado agarradas a todo o mobiliário. Mas sabemos que acabaram por aprender... porque tem que ser, porque isso é para elas fundamental para aceder ao que querem, para poderem mexer como qualquer outra pessoa nas coisas que lhes apetece,
porque faz parte... tal como as tecnologias na nossa sociedade, nas nossas escolas, nos nossos serviços, no nosso dia-a-dia.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Pensar a educação em 2018...

É certamente pensá-la igual hà de hoje ainda que um tanto diferente.
Diferente, porque o tempo e o espaço em seu torno foram mudando.
Diferente porque deles não poderá (continuar a) alhear-se.
Diferente porque todos seremos exactamente os mesmos diferentes que somos hoje.

Porquê pensar a educação em 2018?
É uma importação, do mercado empresarial, dos países mais ricos.
("Please, present a 10-years plan for our company? If you could have the administrator job, what would you do in 10-years?")

Porque precisamos de definir um caminho e para o mesmo delinear um plano estratégico de actuação. Só sabemos para onde pretendemos ir, conseguimos saber se lá estamos a chegar, bem como o que nos levou favoravelmente em tal sentido.

Porque precisamos ser criativos e inovadores. Chega de actuar sempre por retroversão, minimizando danos e recuperando perdas. Chega de viver na sensação de trabalhar sempre contra-relógio.

Porque se as nossas crianças merecem. Porque o que lhe estamos a deixar de herança é, muito próximo a um conjunto de propriedade hipotecas, envoltas em dívidas (ao FISCO, claro, porque esse em 2018 andará certamente por cá).

Porque se salta assim de pensar o pelouro da educação, em compassos marcados por legislaturas, visto não se saber que partido governará então (ou sequer que sistema político estará vigente).

Porque o mundo é cada vez mais www. qualquer coisa e, caros professores, as minhas desculpas mas não dá mais para fugir.

sábado, 27 de setembro de 2008

Escola! ESCOLA! Acorda! Vá lá, são horas! Olha que não vais chegar a tempo!"

Sabe-se que a Escola acordou tarde para as tecnologias.

Os nossos alunos navegam em webpages, criam sites e publicam em blogs há imenso tempo. Contudo, a escola começa agora a aprender a mover-se em tais ambientes.
Vê-mo-la revelar o normal "deslumbramento" dos entusiastas, o estusiasmo, o "brilho nos olhos" semelhante aos das crianças com um brinquedo novo.
Os Professores vão sendo impelidos a explorar plataformas, criar blogs da turma, publicar trabalhos no slideshare ou construir projectos colaborativos em Wikis, e mais ou menos, satisfeitos, lá andam todos orgulhosos a mostrar o que vão fazendo com os seus alunos...
Como qualquer iniciante a Escola revela também, ainda, a falta de reflexão, de propósito(s) , de sentido de orientação estratégica e de articulada intencionalidade inerente aos iniciantes... mas, não critiquemos já. Seja-lhe dado espaço, deixêmo-la explorar.
Claro que não por muito tempo.
Sabe-se que, por todos os anos que resistiu à mudança, pelo tanto que (consciente e inconscientemente) foi combatendo a modernização, a Escola trabalha agora contra-relógio. Existem tantas coisas a acontecer.
O mundo não pode parar à espera que a Escola se actuelize.
Mas a relação entre a escola e a mudança é conturbada.
A história tem mostrado (e Papert também lembrou) que a tendência natural no campo da Educação é a de, num primeiro momento, resistir vincada e recorrentemente à mudança. Num segundo momento, após grandes contestações de impacto nacional, de fortes investidas de âmbito sindical e de um imenso mediatismo social, a mudança tende a ser integrada, de forma "demasiado" acolhedora.
A Escola "sabe receber"!
De modo empático e cortês acaba por a acolher a mudança no seu espaço, fá-la sentir-se bem-vinda, integrada e, pouco a pouco, é como se a mudança fizesse já parte da família.
E, pouco a pouco, a mudança acaba mesmo por fazer parte da família! Adquire os hábitos instalados, as práticas instituídas.
De repente, já não há mudança! Transformou-se, agora é só mais um elemento/característica da escola de sempre.
Assim sendo deixa-se o alerta.
Se a escola acordou tarde para as tecnologias e que lança agora numa corrida pela integração educativa das mesmas no processo de ensino-aprendizagem, que se tenha cuidado.
Estejamos, socialmente, disponíveis para a ajudar a não tornar tais tecnologias apenas mais um dos seus elementos ou ferramentas. É que, sem querer, de forma meramente irreflectida ou inconsciente, a escola pode perder a oportunidade de instituir mudanças profundas.

As tecnologias não são em si mesmas promotoras de mudanças profundas (antes fossem e tudo seria mais simples!) mas as questões que levantam e as novas necessidades que criam, podem levar à reflexão e à transformação (progressiva mas cumulativa) de práticas que poderão resultar em mudanças profundas.