segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Mudam-se os tempos, mudanças as prioridades

Porque o momento natalício assim obriga, é época de partilha e reflexão!

Com todo este movimento social em volta da atribuição de equipamentos tecnológicos a escolas, alunos e professores quase nos deixamos acreditar que é mesmo um país progressista, com sentido de desenvolvimento e inovação que efectivamente temos.
Quase nos esquecemos da crua realidade que caracteriza ainda zonas insolares (ou nem tanto) do país. Claro que sabemos que ainda existem escolas sem aquecimento, que em certas regiões se espera ainda por saneamento básico, que o acesso ao sistema de saúde é mediado por centenas de quilómetros em vários locais, que a reforma de invalidez/aposentação assume ainda valores
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Quase nos esqueciamos da nossa realidadezinha, não fosse a querida comunicação social fazer o favor de utilizar o horário nobre para a lembrar.
Esta é certamente a crítica que se pode fazer a programas governamentais e a Planos Tecnológicos e que mais eco social encontra. A verdade é que ainda muita coisa se encontra por fazer e se está a investir em campos que do ponto de vista de quem nada tem, mais não são do que superficialidades, luxos, ostentação.
É impossível combater tal visão, a verdade encontra-se-lhe subjacente.
Mas...
Como poderemos pensar num futuro distinto, marcado por melhor nível de vida, maior poder de compra, melhor posição de competição nos mercados mundiais, se permanecemos a criar estruturar, a reparar e a instituitir o que à três décadas já deveria estar implementado?
Com esta ordem de ideias não se nega a necessidade de implementar o que verdadeiramente faz falta (em primeiro lugar, porque e inegável que faz falta e, em segundo, porque já mesmo deveria estar instituído) mas sublinha-se a necessidade de reservar parte substâncial da capacidade de investimento existente para perspectivar futuros alternativos, futuros de maior sucesso e competência.

Na lei natural de um sistema economissista, regido por leis (mais ou menos simples e daquelas com as quais não se jogou ainda) de oferta e procura têm sempre que existir (países) ricos e (países) pobres e a ideia de nos vir a calhar a nós a fava é tão assustadora quanto possível que apresenta. Assim sendo, só nos resta correr em busca do brinde.

Bom Natal e muito bolo-rei para todos

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