domingo, 28 de dezembro de 2008

Is technology changing our brains?

Se já pouco restava para combater a ideia que apesar de todas as evoluções tecnológicas registadas, muito pouco de facto mudou.
Um estudo recente desenvolvido por Gary Small, un neurocientista da Universidade da Califórnia (UCLA), estruturado num sólido corpo de investigações, vem defender que as estruturas neurológicas do cérebro humano têm vindo a mudar em sequência dos novos hábitos de "web surfing".
De acordo com o novo livro, "iBRAIN: Surviving the technological alteration of modern mind", uma mudança dramática na forma como reunir informações e se comunicar decorrente da rápida evolução da www que pode mudar o cérebro humano."
O conceito de plasticidade, que se encontra subjacente à razão pela qual, um músico profissional apresenta maior volume de massa encefália na área do cérebro associada à coordenação do movimento dos dedos das mãos, justifica igualmente tais indicações. A verdade é que quanto mais um sujeito de dedica a uma tarefa especícia, mais fortes e numerosas se tornam as ligações neuronais responsáveis pela execução de tal tarefa. Desta forma, faz sentido que os sujeitos que constantemente pesquisam informação em espaços digital revelem maiores desenvolvimentos neuronais na área cerebral dedicada à selecção de informação e tomada de decisão.

Smal e colaboradores, que têm desenvolvido trabalho com jovens adultos, atestam que em gerações futuras tais diferenças neurológicas serão mais evidentes, na medida em que as crianças e jovens de hoje sempre estiveram expostos às novas tecnologias.
Estas diferenças entre adultos e crianças são referidas pelo investigador como "brain gap" (como se poucas gaps já não existissem).
As crianças (digital natives, como Prensky as designa)— aquelas que nunca conheceram um mundo sem email e sms- utilizam melhor as suas competências cognitivas na tomada de decisões rápidas face a um número elevado de opções, decorrentes de estímulos sensoriais provenientes de diversas fontes. Por sua vez os imigrantes digitais— aqueles que testemunharam o avanço das tecnologias modernas muito depois das suas estruturas cerebais se encontrarem desenvolvidas- revelam melhores capacidades na leitura e interpretação de expressões faciais.
"The typical immigrant's brain was trained in completely different ways of socializing and learning, taking things step-by-step and addressing one task at a time," he says. "Immigrants learn more methodically and tend to execute tasks more precisely."
Contudo, o investigador não defende que a selecção natural irá favorecer um determinado conjunto de competências, nomeadamente, digitais, em detrimento de outras, de âmbito social ou interpessoal. Isso ainda estará para se ver.

Na verdade, nada indica que as competências anteriormente referidas são mutuamente exclusivas. Por exemplo, investigações desenvolvidas, em 2005, por Kaiser vieram demonstrar que as crianças que dedicavam mais tempo a explorar tecnologias, eram igualmente aquelas que desenvolviam também mais interacções sociais face-a-face com amigos e familiares.
(Não negando os resultados do estudo levanta-se, no entanto, a possibilidade de existirá por detrás uma variável mediadora a exercer o seu efeito?oOu seja, não estará aqui o factor socio-económico a deter algum poder explicativo de tais resultados?).

Seja como for... existe já demasiadas vozes levantadas a indicar que adultos e crianças de hoje, de um ponto de vista neuronal ou não, encontram-se demasido afastados, utilizando mecanismos de actuação, processos de funcionamento e linguagens distintas. Assim sendo, não vale a pena alimentar mais justificações para tais "gaps".

O artigo esse sim é digno de aprofundar.

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